Beleza – um desejo globalizado! – Dra. Patrícia Leite – Cirurgia Plástica e Estética
Medicina “Antiaging”
11 de setembro de 2015
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Beleza – um desejo globalizado!

Escrever sobre a beleza pra mim não é tarefa fácil, apesar de parecer o contrário! Trata-se de um tema polêmico, relativo e pra lá de instigante!

Como trabalho com cirurgia plástica e estética há muitos anos, acabo lidando todos os dias com dois conceitos: beleza e auto-estima. De todas as raças, gêneros, idades e gostos. Com isso meu senso estético tornou-se mais apurado, tendo às vezes que me policiar ao me surpreender avaliando uma boca, um nariz, um contorno facial de pessoas anônimas, onde quer que eu esteja!!! Mas ao mesmo tempo, aprendi a respeitar a beleza que muitas vezes vai além do padrão…

Sabemos que a estrutura social em que vivemos pode afetar nossa percepção do que é belo. O conceito de beleza, portanto é relativo, variando de acordo com o contexto histórico e temporal. Existe, entretanto, um padrão atual do que hoje se considera belo. Para homens e mulheres.

Mas de onde surgiu este padrão? Que características o compõem exatamente?

Vivemos atualmente a globalização de costumes, gostos, padrões de comportamentos e modelos políticos e econômicos. E obviamente somos bombardeados por informações e imagens que chegam a nós a todo instante por revistas, jornais, internet, filmes, tv e outras formas de comunicação vindas, em sua maior parte dos países mais influentes.

Somado a isto, o cenário cultural e social em que vivemos atualmente valoriza a beleza de um modo geral em vários âmbitos, inclusive profissional. Ser linda significa ser mais desejada, ter mais sucesso nas relações afetivas, ser mais valorizado no mercado de trabalho, se destacar socialmente e talvez sobreviver melhor aos infortúnios do dia a dia. Não é difícil entender então porque as pessoas querem ser lindas!

Mas o que seria afinal ser linda? Que características? Que traços seriam seus componentes principais?? Que padrão seria esse? Será que alguém já conseguiu defini-lo?

Em primeiro lugar não podemos nos esquecer do caráter absolutamente subjetivo da beleza. E eu realmente acho, depois de alguns anos tentando decifrá-la, que o belo é sim influenciado pelos olhos de quem vê. Mas cá pra nós? Algumas características agradam os olhos de qualquer tribo, região geográfica ou cultura. E acreditem! Já existem estudos que conseguiram a proeza de quantificar ou predizer a beleza!

O que a maior parte do mundo hoje considera belo teve sua maior influência dos países ocidentais. E isto é uma ocorrência que ultrapassa os limites da beleza física, adentrando no comportamento também. Basta vermos o que ocorre hoje na porta das maiores lojas de luxo dos grandes pólos da moda, como Paris e Milão – filas quilométricas de asiáticos brigando pelos últimos lançamentos da Louis Vuitton ou da Chanel.

Estudos antropológicos afirmam que o  padrão atual de beleza facial feminina valoriza a retenção de características chamadas neotênicas, ou que remetam a um estado larval na idade adulta, instintivamente consideradas bela pelo caráter “novo” embutido nelas. Isto pode ser traduzido por rosto e olhos grandes e boca carnuda, além de outras características.

Atualmente realizei a análise facial das maiores divas da história do cinema e também das mulheres consideradas lindas na atualidade. Diva por diva pude observar que embora fossem diferentes, elas apresentavam características muito parecidas e que iam absolutamente ao encontro do que se busca dentro das quatro paredes do consultório médico.

Vamos a uma análise facial “padrão”. Não nos esqueçamos, entretanto, das belezas peculiares das asiáticas, das negras e das que estão fora deste conceito, mas que não deixam de ser lindas!