Ninfoplastia – mitos e verdades. – Dra. Patrícia Leite – Cirurgia Plástica e Estética
Dra. Patrícia Leite
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Ninfoplastia – mitos e verdades.

 O que está por trás dessa “intimidade” feminina?

Ninfoplastia, labioplastia, cirurgia de redução dos pequenos lábios da vagina, plástica dos pequenos e/ou grandes lábios vaginais. A cirurgia íntima feminina tem alguns nomes, várias características e muitas candidatas que sequer sabem de sua possibilidade. Vamos conversar um pouco a respeito dela.

O nome “ninfo” vem do grego nynphé, ninfa, noiva, larva de abelha, pequeno lábio. Tal elemento genital feminino, portanto, carrega em si, a etimologia da palavra ninfo.

O órgão genital feminino é composto por 4 elementos principais: clitóris, monte pubiano (ou monte de vênus), pequenos lábios e grandes lábios vaginais. Tanto os pequenos quanto os grandes lábios podem estar hipertrofiados ou aumentados de tamanho. Tais alterações anatômicas podem ocorrer por uma simples característica genética ou devido a alterações hormonais, e geralmente são fonte de grande incomodo estético, higiênico, sexual e comportamental para a mulher.

Antes um tabu, nos dias de hoje, passou a ser assunto abertamente debatido e novo foco de interesse das mulheres entre as inúmeras possibilidades de aprimoramento estético. Tal mudança ou “percepção” provavelmente ocorreu pela maior exposição da genitália feminina em revistas, cinema, televisão e internet, e também pela maior necessidade de conforto estético e sexual que a mulher tem experimentado nos últimos 30 anos.

Na verdade, não existe uma definição anatômica sobre o tamanho apropriado dos lábios vaginais. Convencionou-se, entretanto, que os pequenos lábios sejam completamente cobertos pelos grandes lábios, e que estes últimos sejam cheios e tenham um turgor que confiram um aspecto jovem aos mesmos. Os grandes lábios, por sua vez, devem confluir superiormente e recobrir parcialmente o clitóris, que se insinua sutilmente, no ápice da abertura vaginal. Alterações neste aspecto anatômico destoam do que convencionou-se ser o padrão, e por isto causam incômodo estético. Incômodo este que muitas vezes vai além da questão puramente física. O excesso de pequenos lábios pode causar odor e propiciar infecções recorrentes na genitália feminina pelo fato da pele redundante ser meio propício à retenção de secreções levando à proliferação de bactérias e fungos. Isto pode causar infecções genitais frequentes e ser causa de mal cheiro. Além do aumento da incidência de infecções e do odor, podem também causar desconforto no intercurso sexual, uma vez que se insinuam no introito vaginal durante a penetração, levando ao desconforto físico. Enfim, as mulheres portadoras de tais alterações têm motivos suficientes para procurar a correção cirúrgica.

A cirurgia consiste na ressecção ou retirada do excesso de pele dos pequenos ou grandes lábios, principalmente dos primeiros. As cicatrizes são colocadas longitudinalmente e percorrem toda a extensão do excesso existente. Como se trata de uma região cuja cobertura cutâneo-mucosa é fina e possui características especificas, muitas vezes a cicatriz final torna-se invisível e definitivamente não é um fator de preocupação na ocasião da decisão pela cirurgia. A sensibilidade também não é alterada, pela riqueza de terminações nervosas da região e disposição dessa inervação.

A cirurgia é realizada sob anestesia espinhal ou local, o paciente recebe alta no mesmo dia da intervenção, os pontos dados são absorvíveis e os cuidados pós- procedimento devem ser seguidos à risca, para que todo o processo cicatricial não seja prejudicado.

Importante ressaltar que muitas vezes, variações do excesso de pequenos lábios próximo ao clitóris devem ser tratadas com atenção e esmero para que a sensibilidade (neste caso), não seja afetada e também para que a aparência final da região não fique prejudicada. Existem refinamentos técnicos cientificamente descritos que classificam as alterações estéticas apresentadas e as variações técnicas para cada caso.

Os grandes lábios merecem comentários sobre sua deflação, ou perda de volume, o que ocorre, em geral na senescência. A lipoenxertia ou o preenchimento com ácido hialurônico são bons aliados no resgate deste volume perdido com o tempo e do potencial erótico dessa região anatômica.

Por fim, finalizo observando que o aumento da procura pela ninfoplastia nos consultórios médicos se deve primeiramente ao maior conhecimento da genitália feminina e seu papel não só como órgão reprodutor mas como importante aliado no bem estar físico e sexual da mulher.