Um fato importante é que, a partir do momento em que a cirurgia plástica e a lipoaspiração popularizaram-se e a procura por este procedimento atingiu grandes proporções, novas técnicas menos agressivas e que diminuam a perda sanguínea e o trauma cirúrgico têm surgido, aumentando a segurança do método quando executado pelo profissional adequado. Ao longo desse processo – que ainda não terminou, pois novas publicações têm surgido – a técnica cirúrgica vem recebendo diferentes denominações que, muitas vezes, confundem o paciente. “Afinal, o que estaria mais indicado para o meu caso? Uma hidrolipo, uma vibrolipo ou lipo light ou mesmo uma lipo de Beverly Hills?”
Esclareceremos essas diferentes variações da mesma técnica cirúrgica e aproveitar este espaço para explicar e desmistificar conceitos na tentativa de tornar a Lipoaspiração um procedimento acessível a você, mas, principalmente, seguro.
Bons resultados dependem, além do uso de uma boa técnica cirúrgica, de fatores que, por sua vez, dependem de tendências individuais tais como a “fibrosidade” da gordura do paciente (alguns possuem uma gordura mais dura, difícil de ser quebrada e de sair pela cânula) e a capacidade de retração da pele, que nada mais é do que a aderência da mesma aos planos mais profundos da região. Características genéticas, que variam individualmente, é que determinam uma maior ou menor capacidade de retração da pele e, portanto, um melhor ou pior resultado.
Esses fatores são melhores em pacientes com pele grossa, sem flacidez excessiva e portadores de uma gordura “mole”. Sobre este aspecto, cabe aqui também dizer que pacientes que já foram submetidos a lipoaspiração previamente possuem fibrose entremeada ao tecido adiposo, o que dificulta uma nova retirada de gordura, e, além disso, aumenta o sangramento pré-operatório. Quando não se consegue a retração de pele esperada ou desejada, costuma ocorrer uma sobra da mesma, que às vezes, deve ser retirada. Áreas com celulite costumam apresentar uma melhora parcial uma vez que a celulite não compreende apenas o acúmulo de gordura localizada, mas também traves de fibrose que tracionam a pele para planos mais profundos, conferindo a ela um aspecto de casca de laranja.
A Hidrolipo compreende uma técnica na qual, antes de começar a aspirar a gordura, o cirurgião injeta dentro dela, abaixo da pele, uma solução que contém soro fisiológico e adrenalina. Essa solução objetiva deixar a gordura a ser aspirada menos densa, ou seja, mais frouxa, o que diminui a força que se deve fazer para que a gordura saia através da cânula. A adrenalina, por sua vez, “fecha” temporariamente os vasos sanguíneos através de um mecanismo chamado vasoconstricção, o que diminui o sangramento na região e os hematomas no pós-operatório.
Pela criação de túneis e de movimentos de vai-e-vem mais delicados, é possível uma retirada mais harmônica de gordura, isto é, de forma uniforme, evitando assim o aparecimento de irregularidades no contorno corporal, sem deixar áreas de depressão ao lado de áreas com pequenos acúmulos. Essa característica era observada antigamente e é a responsável pelo estigma desagradável de “abdome lipado”. Muito mais do que um resultado mais natural e homogêneo, a grande vantagem da Hidrolipo é a de diminuir o sangramento no ato cirúrgico, fator responsável pelo que mais queremos: segurança.
Na Vibrolipo utiliza-se um aparelho específico que transmite uma vibração à cânula em várias direções e com freqüência de 10 movimentos por segundo. Essa vibração rápida contribui para emulsionar e liquidificar mais a gordura, facilitando sua aspiração e diminuindo a força necessária para “quebrar” o tecido gorduroso. Seu uso contribuiu para tornar a lipoaspiração menos traumática. Associada à técnica de Hidrolipo, o procedimento torna-se mais seguro. Pesquisas recentes observaram também uma menor incidência de nodulações pós-operatórias com esta técnica. Isto se deve provavelmente ao fato de que a gordura é retirada de forma mais homogênea.
A Minilipo é a Hidrolipo realizada em pequenas proporções, ou seja, com anestesia local. Acrescenta-se à solução da Hidrolipo, um anestésico local. Essa técnica só é possível em pequenas áreas, visto que existe um limite de anestésico local que se pode infiltrar no tecido orgânico. Esta quantidade deve ser matematicamente calculada. de acordo com o seu peso e com a presença ou não de adrenalina na solução. Ultrapassar a dose permitida é um risco para você, pois quando utilizados em excesso, podem levar a problemas cardíacos e neurológicos.
A Microlipo, nada mais é que a Hidrolipo realizada em mínimas proporções. Regiões tratadas com Microlipo são, por exemplo, a região da papada, a gordura que se acumula anteriormente às axilas, sendo ressaltada pelo uso de sutiãs apertados. Também se utiliza anestesia local para este fim. e a recuperação é muito rápida.
A Lipo Light é uma outra denominação dada para a Min” e a Microlipo”. Em verdade, esses são nomes distintos dados por diferentes autores para conceituar o procedimento. Entretanto, muitas vezes, são motivos de confusão por parte dos pacientes.
Nesta modalidade de Lipoaspiração, os idealizadores da técnica, desenvolvida em Beverly Hills (EUA), propagam o uso da chamada cartografia topográfica, como diferencial da técnica. Entretanto, sabemos que, para toda Lipoaspiração, são necessárias marcações com caneta cirúrgica na região a ser tratada, o que consiste em desenhar na pele um plano preciso de tratamento baseado nos depósitos de gordura. Eles servem para orientar o cirurgião no momento da aspiração. A marcação é realizada em toda e qualquer Cirurgia Plástica não sendo, assim, exclusiva da lipo de Beverly Hills.
Outro diferencial da técnica tido como vantagem pelos idealizadores é o fato de usarem uma mesa acolchoada e aquecida sobre a qual o paciente se deita no momento da cirurgia. Tal aparato, segundo eles, propicia maior conforto durante o ato cirúrgico. Em nosso ponto de vista, são denominações dadas para detalhes que nem sempre fazem diferença em termos de resultado final. Consideramos que, respeitados os fundamentos básicos da Cirurgia Plástica, o uso de técnicas que aumentem a segurança na cirurgia, diminuam o desconforto pós-operatório e aprimorem o resultado estético, deve ser encorajado e realizado.