Recentemente as estatísticas foram claras: o Brasil ultrapassou os Estados Unidos em número de cirurgias plásticas realizadas, estando agora em primeiro lugar no ranking mundial. Quinze por cento das cirurgias plásticas feitas no mundo são realizadas no Brasil. Em segundo lugar vêm os Estados Unidos e em terceiro, o México. Do total de cirurgias realizadas tanto no Brasil quanto nos EUA, o aumento de seios com implantes de silicone está em primeiro lugar.
Seios grandes são os preferidos dos americanos. Estudos comportamentais afirmam que tal preferência paradoxalmente tem a ver com o “puritanismo” americano. Antigamente as mulheres não podiam mostrar as pernas, por isso realçavam os seios usando corpetes e espartilhos. Assim, a beleza e a atratividade da mulher americana foi culturalmente transferida para os seios grandes. Lembram-se das pin ups? Elas fazem parte da cultura americana e são um estereótipo da beleza feminina naquele país.
Outra teoria é a de que se deseja o que se tem disponível. Seja por características genéticas, étnicas ou por questões socioculturais. Em Moçambique, por exemplo, as mulheres mais atraentes possuem quadris e bumbuns grandes e são essas as características mais desejadas por lá. No Japão, as mais atraentes têm estatura mediana ou baixa, a pele clara, seios e bumbuns pequenos, características próprias da raça. Enfim, as preferências seriam determinadas pelo que se tem disponível.
No Brasil, a miscigenação de raças é enorme, com grande predominância de genes europeus, africanos e indígenas. Em todas essas raças, os seios são pequenos ou médios. A raça negra, grande influenciadora do fenótipo da brasileira tem como característica o bumbum desenvolvido, e por essa e outras questões o bumbum brasileiro tornou-se um sucesso. As brasileiras lutam por fazer juz à sua fama de portadoras dos bumbuns mais bonitos do mundo. As que não foram beneficiadas geneticamente procuram as academias, os tratamentos estéticos e trages que valorizam os glúteos. Sempre para aparentar mais volume, nunca para reduzi-lo! E em nosso pais, a procura pela cirurgia plástica de aumento de glúteos é alta. Seja pela prótese de silicone, seja pela enxertia de gordura obtida pela lipoaspiração. cirurgia de aumento de gluteos é a 6ª cirurgia plástica mais realizada no Brasil.
Quanto ao aumento de seios, Com a globalização da cultura e dos costumes que teve início há 20 anos e influenciada principalmente pelo desenvolvido da internet e de outros meios de comunicação, os seios fartos tornaram-se também desejo da mulher brasileira. Os Estados Unidos foram referência, com grande influência nos costumes e comportamentos, e responsável por ditar padrões estéticos desejados através de uma indústria de entretenimento implacável. A atratividade dos seios, supervalorizada pelos filmes e produções de mídia, influenciou a mulher brasileira que passou a desejar seios mais fartos também. A indústria das próteses de silicone cresceu, bem como as técnicas de aumento mamário que tornaram a cirurgia segura e acessível. Paralelo a isto, o aumento do poder de consumo da população brasileira também cresceu. Por todos esses motivos a cirurgia de implante mamário é hoje a mais realizada no Brasil. E o tamanho desejado é cada vez maior. Enquanto há 15 anos, o tamanho médio solicitado pelas pacientes era de 175 ml, hoje é de 300 ml. Com esses dados, podemos dizer que a mulher brasileira, já favorecida pelo bumbum farto, busca também seios fartos. Já a americana, geneticamente favorecida pelos seios maiores, busca aumentá-los ainda mais (o implante de silicone mamário também é a cirurgia plástica mais realizada nos EUA), e agora também pedem um “bumbum brasileiro”. Nos EUA, apesar de não ocupar os primeiros lugares, é a cirurgia que mais cresce em estatística! Segundo a Associação Americana de Cirurgiões Plásticos Estéticos, no ano passado, os implantes de bumbum dobraram em relação ao ano anterior.
Como cirurgiã plástica, acho que o apelo dos seios enquanto símbolo da feminilidade é maior em relação ao bumbum. Então, obviamente, nos dois países é a cirurgia mais realizada. O aumento de glúteos tem um apelo mais sexual, exercendo uma atratividade erótica talvez maior do que os seios. Acho que a busca pelo bem estar físico, mental, social e sexual da mulher tem aumentado progressivamente. As pessoas simplesmente podem recorrer a procedimentos cirúrgicos para sentirem mais adequadas, independe de qualquer julgamento.
Cabe aqui uma curiosidade. Hoje, no Brasil, mesmo as mulheres que recorrem à cirurgia plástica para diminuir os seios, pedem a prótese de mama. As mulheres não mais buscam seios pequenos, quando optam por eles. Elas querem seios pequenos, porém redondos e firmes. Assim, a mamaplastia redutora cedeu lugar à mastopexia com inserção de próteses de silicone. Por fim, acho que a mulher brasileira, pela miscigenação genética, tem traços bem peculiares e as que se destacam no quesito “beleza”, em toda a amplitude da palavra, realmente ganham a admiração do mundo. E nós, cirurgiões plásticos brasileiros, espelhados e inspirados por nosso mestres pioneiros como o amado Dr. Ivo Pintanguy, nos destacamos pelo nosso bom senso estético e habilidade técnica. E minha opinião pessoal é a de que as mulheres brasileiras são de longe as mais lindas!